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O Amor Como Característica Institucional na Educação e na Inclusão Social

É no mínimo interessante o que acontece nessa escola cujo vídeo vamos ver abaixo, bom para a reflexão, dados os devidos descontos por ser um vídeo postado no blog do governo. Mas como diz a Bíblia: "Analisai tudo, retende o que é bom" (I Ts 5:21). Com muita frequência ouço e leio pedagogos e estudiosos de educação e das ciências sociais e humanas em geral dizerem que a situação atual dos alunos de escola pública, principalmente no que tange aos aspectos comportamentais dos mesmos, seria culpa da desestruturação familiar, e que os pais das classes menos favorecidas querem empurrar para a escola a tarefa e a responsabilidade de educar os seus filhos. Trabalhei durante muitos anos com estagiários e estagiárias de pedagogia, já li alguns teóricos de educação da atualidade e já cursei algumas disciplinas na faculdade de educação na universidade na qual estudo, e esse discurso é muito comum. Há muita reclamação de que as crianças adquirem maus hábitos no seu ambiente familiar e q

O Santo e o Profano - Celibato, pedofilia e corporativismo, dentro e fora da igreja

Recebi hoje em minha caixa de email um texto, enviado por um colega de faculdade, supostamente escrito pelo Jabor, sobre a questão do celibato e dos casos de pedofilia na igreja católica. Como a mensagem veio de um membro do grupo de email da minha turma da facul, resolvi responder e iniciar uma reflexão com a tchurma. Mas quando vi já tinha escrito um texto enorme para um email. Então resolvi postar aqui o tal texto e minha resposta ao meu amigo, assim outros poderão entrar na discussão também. Eis abaixo o texto, supostamente do Jabor: "Só os anjos não tem sexo Arnaldo Jabor Os olhos do papa me inquietam. São olhos frios, perscrutadores, inquisitivos. O corpo se mexe, sob o manto rubro e dourado, os gestos são eclesiásticos, mas os olhos são fixos, defensivos, preocupados em esconder os desvios de um dogma superado e "inevitável". Nessa onda de denúncias contra os padres pedófilos, seus olhos ficaram mais duros. Não digo que ele seja conivente com a pedofilia, mas
A fé cristã primitiva afirmava constantemente a fé como a capacidade de apreender aquilo que não é visto pelos olhos naturais. Jesus repreende a Tomé por este só conseguir crer após ver, e lhe diz que felizes são os que não viram e creram. Paulo, o apóstolo, diz em seus escritos aos coríntios que nós andamos por fé e não pelo que vemos. Da mesma forma Pedro em sua epístola diz aos seus leitores imediatos que eles amavam ao Cristo ao qual não haviam visto, e que esse amor em fé produzia neles uma alegria profunda, gloriosa e indizível. Isso tudo nos convida a percebermos que a visão natural e, consequentemente, racionalidade nela baseada, é insuficiente para uma satisfatória apreensão da realidade em muitos dos seus aspectos. Quem já se aventurou nas leituras de Kant, o filósofo de Konigsberg, já se deparou com sua demonstração inequívoca de que a realidade se acha irremediavelmente inacessível aos sentidos.

Meditação - um patrimônio trans-ecumênico da Humanidade

Alguns colegas de faculdade e de trabalho, além de outros amigos próximos, vêm me perguntando sobre a meditação, suas técnicas, objetivos e resultados. Não sou expert no assunto, mas venho engatinhando nesse caminho há algum tempo, tanto na teoria como na prática. É um assunto bastante extenso e abrangente, e até mesmo complexo. Mas, graças a Deus, a prática é algo extremamente simples (não fácil, mas simples) e ao alcance de qualquer pessoa. Há vários tipos de meditação , diferentes escolas e linhas de abordagem dessa prática milenar. Acredito que cada indivíduo deve sentir-se livre para experimentar e descobrir a forma mais adequada à sua vida e ao seu momento. O apóstolo São Paulo disse certa vez que a sabedoria de Deus é multiforme. Lamentavelmente, grande parte da prática religiosa, tanto cristã como não cristã, busca a uniformidade entre as pessoas e é intolerante em relação à diversidade, uma diversidade que nada mais é que a expressão daquela multiforme sabedoria de Deus da qu
Dia desses surpreendi-me por saber que uma colega turma da faculdade tinha ido ao show do Guns 'n Roses aqui em BH. Na verdade desde que iniciei minha graduação na UFMG, confesso que fiquei impressionado pelo gosto musical dos "meninos e meninas". A maioria da galera é bem mais nova que eu e no entanto eles curtem o mesmo som que eu já ouvia na minha adolescência nos anos 80 e 90. Ora, qual a surpresa?! Afinal, quando eu tinha meus 16-18 anos, eu também ouvia muita coisa que tinha sido feita bem antes de eu nascer. Os Beatles, por exemplo, acabaram muitos anos antes de eu vir ao mundo, no entanto algumas de suas músicas fazem parte da trilha sonora da minha vida tanto como os Titãs e Legião Urbana que me eram contemporâneos. Ao mesmo tempo, lembro-me de que eu era uma exceção no meio em que vivia. Venho de família pobre, bairro de periferia. As pessoas ao meu redor (não todas, mas a maioria) se limitavam a ouvir o que era tema de novela da globo e tocava nas rádios pop
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Por falar em concurso, acaba de sair o edital da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O salário não é nada mal, porém as vagas serão somente para Brasília, o que desestimula a muitos concurseiros, devido ao elevado custo de vida na capital federal. Veja abaixo o quadro de vagas. As agências reguladoras desempenham um papel muito importante na atual configuração do Estado brasileiro. Devido ao neoliberalismo econômico que foi implementado no país durante o governo FHC, com suas privatizações e a consequente busca por um estado mínimo, cabe ao poder público, não mais a atuação direta mas somente a fiscalização e regulação das atividades de infraestrutura e prestação de serviços de caráter público. O governo Lula, não retroagiu no sentido de reverter as privatizações, realizadas no governo tucano, no entanto vem tentando implementar uma política de fortalecimento das políticas públicas regulatórias, para que ao menos  seja atenuada a ausência estatal em determinadas á

Psicologia Social

Resolvi postar um vídeo com uma palestra em inglês. Não devo fazer isso com frequência, mas achei muito interessante e resolvi compartilhar. Se alguma boa alma tiver disposição pra colocar uma legenda e disponibilizar pra galera, todos ficaremos gratos!!! Em breve espero poder postar um resumo do que trata a palestra. Mas quem tiver um conhecimento de nível intermediário da língua inglesa poderá acompanhar tranquilamente, desde que tenha também um noção básica sobre termos utilizados na psicologia e sociologia. É uma aula de psicologia social, com o professor Paul Bloom da Universidade Yale, nos Estados Unidos. Vou deixar aqui o link para aqueles que quiserem ver outras aulas do mesmo curso. http://academicearth.org/courses/introduction-to-psychology   E ainda um link para aqueles que quiserem saber um pouco sobre psicologia social: http://www.infoescola.com/psicologia/psicologia-social/ Segue abaixo o vídeo da aula introdutória à Psicologia Social (Em inglês):

Cultura ou Culturas?

Até que enfim a discussão sobre a cultura e os meios de comunicação começa a ganhar o devido espaço na na agenda do governo. Não dá mais pra aguentar ver tanto lixo sendo chamado de cultura em nossas redes de tv, enquanto vemos pelas ruas e praças da cidade, principalmente no interior do Brasil, sem qualquer incentivo, os verdadeiros artistas, lutando para conseguir seu lugar ao sol. É claro que os caciques da mídia vão espernear, fazer o quê?! Ora, ninguém gosta de perder privilégios, não é mesmo? Por isso é importante que a sociedade dê o devido suporte ou respaldo para que essa discussão continue e avance em direção a políticas públicas que valorizem, incentivem e até (por que não?) promovam a cultura, ou melhor, as culturas do nosso país. Nossas crianças e adolescentes estão crescendo pensando que fazer arte é mostrar a bunda e armar barraco em bbb ou coisa semelhante! Isso só pra falar do óbvio. É claro que a formação do gosto cultural de um povo não depende somente da produção

A Formação de Professores e as Ciências Sociais

Gostaria de compartilhar neste post a respeito de uma questão espinhosa e ao mesmo tempo fundamental quando se trata de pensarmos na função social e na efetividade dos processos formais de educação. Gostaria de pegar como motivador dessa discussão um vídeo muito interessante, onde uma formadora de professores fala sobre caminhos possíveis para a superação dos abismos que separam as diferentes disciplinas ministradas na escola e que acabam limitando a relevância da educação formal para a vida concreta das pessoas na realidade social. Disponibilizo aqui (logo abaixo, ao final do texto) a primeira parte da palestra, mas recomendo que você veja a palestra toda. Sem entrar em questionamentos mais profundos acerca do atual sistema de ensino, Bernadete Gatti trata de situações bem práticas e levanta em sua fala questões tais como interdisciplinaridade e formação do currículo escolar, a carreira de professor e o fomato da escola. Vários autores das ciências sociais já abordaram o tema da esc

A História de Ester e Uma Clássica Questão Sociológica

A apresentação da minissérie “A História de Ester” pela rede Record trouxe-me à memória algumas discussões clássicas das ciências sociais, e que, inclusive, foram temas de debates em sala de aula nesta semana no meu curso de graduação. A mais interessante dessas questões discutidas e que eu gostaria de explorar um pouco aqui nesse espaço informal de reflexão, tendo como ilustração a história da rainha judia, é a da relação indivíduo x sociedade. Segundo o livro de Ester, o rei Assuero, depois de tomar umas e outras durante uma festa que durou 7 dias e, segundo o texto bíblico, já com o coração alegre (...) , resolveu chamar e exibir para os seus súditos sua esposa, a rainha Vasti, a qual, de acordo com a Bíblia, era bem bonita. A rainha, porém, recusou-se a ir, desobedecendo deliberadamente à ordem do rei. O rei muito se indignou com aquela afronta e consultou seus conselheiros para saber o que faria diante daquela situação. A orientação dada por eles, nas palavras do príncipe Memuc

O Ser Humano Plural

O endereço desse blog faz referência ao livro do sociólogo Bernard Lahire no qual é abordada a questão da constituição múltipla do ser humano, principalmente nas sociedades modernas, onde o processo de socialização do indivíduo acontece de forma heterogênea e dinâmica. Mas, como não é objetivo deste post o de fazer uma resenha do livro "O Homem Plural - As molas da ação", quero aqui apenas pegar carona na expressão do sociólogo francês para justificar a pluralidade de temas e assuntos que serão tratados neste espaço cibernético. Sem preocupação com os rigores do academicismo, e muito menos ainda com os jargões e lugares comuns da blogosfera, convido os que por aqui navegarem a abrir a mente e alargar as fronteiras do seu entendimento e da sua experiência. Poderão surgir aqui postagens relacionadas às ciências sociais, psicologia, filosofia, teologia, espiritualidade, religião, música, educação... enfim, a toda gama de interesses que eu possa ter e querer compartilhar com os