Dia desses surpreendi-me por saber que uma colega turma da faculdade tinha ido ao show do Guns 'n Roses aqui em BH. Na verdade desde que iniciei minha graduação na UFMG, confesso que fiquei impressionado pelo gosto musical dos "meninos e meninas". A maioria da galera é bem mais nova que eu e no entanto eles curtem o mesmo som que eu já ouvia na minha adolescência nos anos 80 e 90.

Ora, qual a surpresa?! Afinal, quando eu tinha meus 16-18 anos, eu também ouvia muita coisa que tinha sido feita bem antes de eu nascer. Os Beatles, por exemplo, acabaram muitos anos antes de eu vir ao mundo, no entanto algumas de suas músicas fazem parte da trilha sonora da minha vida tanto como os Titãs e Legião Urbana que me eram contemporâneos.

Ao mesmo tempo, lembro-me de que eu era uma exceção no meio em que vivia. Venho de família pobre, bairro de periferia. As pessoas ao meu redor (não todas, mas a maioria) se limitavam a ouvir o que era tema de novela da globo e tocava nas rádios populares. Minha mãe porém trabalhava em casa de famílias de classe média e sempre ganhava livros, fitas de áudio e roupas das patroas/patrões e de seus filhos. Isso me colocou em contato com a cultura erudita e com os gostos mais refinados (mesmo os mais populares) dos que eu considerava como sendo "os ricos". Por exemplo, quando eu tinha 10 anos era o auge do Michael Jackson. Eu e minha irmã pulávamos o muro da vizinha que tinha som em casa e nos convidava para ir ouvir e dançar os passinhos do Beat it! Mas quando eu chegava na casa onde minha mãe trabalhava, lá tinha o disco do Michael antes de Thriller e aí eu comecei a perceber que havia mais do que o que era "dado" pela mídia popular, então eu me perguntei: o que mais haverá de bom por aí e que eu não conheço porque a globo não mostra e não toca nas rádios "famosas".

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