O Amor Como Característica Institucional na Educação e na Inclusão Social
É no mínimo interessante o que acontece nessa escola cujo vídeo vamos ver abaixo, bom para a reflexão, dados os devidos descontos por ser um vídeo postado no blog do governo. Mas como diz a Bíblia: "Analisai tudo, retende o que é bom" (I Ts 5:21).
Com muita frequência ouço e leio pedagogos e estudiosos de educação e das ciências sociais e humanas em geral dizerem que a situação atual dos alunos de escola pública, principalmente no que tange aos aspectos comportamentais dos mesmos, seria culpa da desestruturação familiar, e que os pais das classes menos favorecidas querem empurrar para a escola a tarefa e a responsabilidade de educar os seus filhos. Trabalhei durante muitos anos com estagiários e estagiárias de pedagogia, já li alguns teóricos de educação da atualidade e já cursei algumas disciplinas na faculdade de educação na universidade na qual estudo, e esse discurso é muito comum. Há muita reclamação de que as crianças adquirem maus hábitos no seu ambiente familiar e que a escola nada pode fazer; como se a escola fosse um lugar apenas de transmissão de conteúdo, cabendo exclusivamente à família o papel de educar o indivíduo e socializá-lo.
Bourdieu já alertava para essa tendência do sistema escolar de querer tratar todos os alunos como iguais, como se todos partissem do mesmo ponto na corrida pelo conhecimento e pelo acúmulo de capital cultural e simbólico. A teoria de Bourdieu apresenta, é claro, contribuições e limitações, principalmente pelo seu tom pessimista em relação às potencialidades da escola, mas sem dúvida ajuda a compreender melhor a forma como a escola tem atuado mais para reproduzir do que para transformar a realidade social. A educação bancária, denunciada por Paulo Freire, permanece hoje, camuflada de educação libertária, mas atuando sob a mesma perspectiva tradicional e conservadora de sempre, mas agora de forma negligente, passiva, como se liberdade excluísse a responsabilidade, e produzindo uma geração sem o menor senso crítico ou atuo-crítico, e despreparada para o cenário atual, de regras flexíveis e poucas definições, onde a autonomia e a capacidade de escolha serão cada vez mais decisivos na vida em sociedade.
Bourdieu já alertava para essa tendência do sistema escolar de querer tratar todos os alunos como iguais, como se todos partissem do mesmo ponto na corrida pelo conhecimento e pelo acúmulo de capital cultural e simbólico. A teoria de Bourdieu apresenta, é claro, contribuições e limitações, principalmente pelo seu tom pessimista em relação às potencialidades da escola, mas sem dúvida ajuda a compreender melhor a forma como a escola tem atuado mais para reproduzir do que para transformar a realidade social. A educação bancária, denunciada por Paulo Freire, permanece hoje, camuflada de educação libertária, mas atuando sob a mesma perspectiva tradicional e conservadora de sempre, mas agora de forma negligente, passiva, como se liberdade excluísse a responsabilidade, e produzindo uma geração sem o menor senso crítico ou atuo-crítico, e despreparada para o cenário atual, de regras flexíveis e poucas definições, onde a autonomia e a capacidade de escolha serão cada vez mais decisivos na vida em sociedade.
Outro dia, em uma aula sobre estratificação social, um colega foi criticado por outros alunos por ter incluído a variável amor como ingrediente necessário ao processo de ascensão social e de rompimento das barreiras que impedem indivíduos e comunidades a crescer e aumentar seu capital social. A preocupação com o rigor científico, da forma como é definido pelas ciências exatas e biológicas leva os estudantes da realidade social a desprezarem aspectos ainda considerados intangíveis do comportamento humano. Principalmente aqueles que só conseguem pensar estatisticamente e se limitam às metodologias quantitativas de pesquisa social tendem a não enxergar essas variáveis menos "concretas". Nesse sentido a Psicologia (e às vezes a Antropologia) talvez seja um campo um pouco menos resistente, dentro das ciências humanas, a gerar contribuições para uma reflexão transdisciplinar sobre os elementos que envolvem o processo educativo e o novo papel da escola nesse processo. Acredito que uma sinergia entre os conceitos e métodos de disciplinas tais como a sociologia, antropologia, psicologia, pedagogia, psicopedagogia, dentre outras, poderá fornecer subsídios para a abertura de novas trilhas na teoria e na prática pedagógica. Por enquanto, teóricos que tentam romper as barreiras do pensamento dominante no campo da teoria social e da pedagogia, como Rubem Alves e Paulo Freire, são considerados mais como utópicos do que como cientistas ou pensadores respeitáveis, mas o século XXI, no final de sua primeira década, dá sinais de que essa realidade do campo acadêmico tende a mudar. Queira Deus que sim! hehehe
Vai aí o vídeo:
A mudança é possível...só depende de cada um de nós.
ResponderExcluirabraços
É isso aí Isis, continue crendo! Abraço!
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